Em meio a essa tragédia acontecida na escola, em Realengo-RJ, ouvi uma personalidade pública dizer:
“A sensação é de que estamos abandonados. Onde está Deus?”
Pois bem. Não sou capacitada para escrever sobre a existência de Deus. E, refiro-me a essa falta de capacidade por conhecer pessoas que entregaram suas vidas em estudos bíblicos, tornando-se assim especialistas para serem excelentes argumentadoras. Mas, algo é certo, se não tenho estudo suficiente para ser uma exímia argumentadora sobre a existência de Deus, sei que tenho em abundância o sentir, o olhar e o ouvir.
Sendo assim, o que sempre sinto, o que sempre vejo, e o que sempre ouço, nesses momentos tão incompreensíveis da vida, me faz compreender que de forma alguma estamos abandonados. Onde está Deus? Deus está nos detalhes!
Eu vi Deus em um senhor (o qual não tinha parentesco algum entre os mortos e feridos) que derramava lágrimas por ter segurado um dos adolescentes ensanguentado. E entre lágrimas de muita dor ele dizia: “eu só queria salvar aquela vida”.
Eu vi Deus em vários adolescentes chorando pelas mortes dos amigos.
Eu acabo de ler uma matéria que traz a informação de que 41 pessoas estarão sendo beneficiadas com órgãos das vítimas – doados pelos familiares. Ou seja, eu acabo de ver Deus nos familiares desses adolescentes, os quais perderam seus entes queridos absurdamente.
Além de ter visto Deus, nesse momento trágico, em vários detalhes, recebi uma mensagem do grande amigo Geovar Poubel que me fez ver mais ainda o DEUS NOSSO PAI.
Assim, deixo aqui essa mensagem, com muito carinho, para compartilhar com quem encontra dificuldade para ver Deus em momentos de grande dor:
NESTAS HORAS DEUS TAMBÉM ESTÁ PRESENTE
Não há lágrimas suficientes para as meninas e meninos de Realengo, mas é preciso que as choremos todas nós também.
Não há dor que sintamos e que se aproxime das feridas ficadas em pais que perderam filhos, em irmãos que perderam irmãos, em primos que perderam primos, em tios que perderam sobrinhos, em avós que perderam netos, em amigos que perderam amigos, porque essas feridas são para sempre e a nossa dor deve ser também para sempre.
Nesta hora, certamente Deus parece distante, porque gostaríamos que Ele evitasse todos os desatinos, das pessoas saudáveis e dos jovens doentes, suspendendo por um momento o dom da liberdade quando fossem desgraçadas as suas consequências.
Certamente, nesta hora Deus está presente naqueles que se importam com tragédias vizinhas e com catástrofes distantes. Nos momentos de horror, Deus esteve presente nos braços que carregaram corpos e nos lábios que confortaram. Deus está presente nos gestos e nas palavras que se indignam e ajudam. Deus está presente nos joelhos que se dobram para interceder por aqueles que ainda almejam viver. Geovar Poubel
Condolências aos familiares!
Sandra Valeriote
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