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quinta-feira, março 20, 2008

Pode coelho parir ovo?
Mostra o dicionário que tradição "é o conhecimento ou prática resultante de transmissão oral ou de hábitos inveterados". Inveterado, por sua vez, significa entranhado, radicado profundamente, arraigado. Estabelecido, portanto, o significado de tradição, quero deixar bem definida uma constatação: tradição - na maioria das vezes - por se tornar um hábito antigo, arraigado em séculos e séculos de imobilismo mental e intelectual, pode significar uma prática cega, burra, idiota e carregada de distorções. Atolado até o pescoço na luta diária pela sobrevivência, o homem moderno não pensa, não indaga, não pergunta. Embora detentor de uma tecnologia jamais sonhada pelos antigos, como o computador e os modernos sistemas de comunicação, o homem de hoje consome - sem parar um minuto para pensar - histórias irreais, fantasiosas e inverídicas.
Depois de aceitar todo tipo de misticismo sem pé e sem cabeça, de hábitos e costumes calcados nos tempos da ignorância da Idade Média, ou até de tempos imemoriais, o homem dos tempos do lapp top, do correio eletrônico, da tv interativa, do telefone celular, enfim de tantas conquistas impensáveis a até pouco tempo, decide atrelar ao seu dia-a-dia o costume da páscoa representada por um ovo de coelho. Preste bem atenção: ovo de coelho! À primeira vista, esse gesto representa um crime contra a inteligência - por mais raquítica que seja. Em segundo lugar, trata-se de um desrespeito ao coitado do animal, o coelho, desvirtuado nas suas mais nobres funções reprodutivas. Por último - e pior - comete-se uma brutal descortesia com os cientistas e pesquisadores antigos, que se debruçaram anos após anos em estudos, análises e pesquisas para termos o direito de chegar até nós os primeiros conhecimentos da Biologia.
Como "maria-vai-com-as-outras", esse ser maravilhoso, dito "homo sapiens", que se deslumbra diante das obras de Danton, de Diógenes, de Homero, de Rui Barbosa, de Castro Alves, que fica emocionado diante da beleza dos quadros de Picasso, de Van Gogh, da música de Beethoven, de Bach, de Mozart, dos Beatles, Eric Clapton, Elvis, Cartola, Chico Buarque, até de Roberto Carlos e Xitãozinho e Xororó (vá lá que seja!), portanto, obras concretas, palpáveis, que retratam a incrível capacidade do homem de criar, de se superar, de romper barreiras, limites, esse mesmo homem se encaminha, para celebrar a páscoa, a um supermercado - feito boi quando vai para o matadouro - comprar ovo de coelho!
E de onde vem essa tradição? Esse costume idiota de lhe fazer se render a um costume antigo e sem a menor consistência intelectual? De onde surgiu essa mania boba de sugerir ao homem moderno celebrar a páscoa dando de presente ovo de coelho? Surgiu de tempos muito antigos - e babilônicos. Pois foi na buliçosa e longínqua Babilônia onde começou essa história. Lá, a celebração à deusa da fertilidade era consumada através do ovo. A deusa exigia o ovo no altar, onde era consagrado e, pela crença local, exercia seus efeitos nas atividades familiares e empresariais. Tornando, portanto, tudo fértil.
Será que o povo da Babilônia decidiu, desde aqueles tempos, pregar uma peça no homem dito moderno? Só pode ser. Pois inventar uma história dessas para, séculos depois, distorções após distorções, convencer homens empedernidos, até cultos e letrados, a enfrentar longas filas de supermercado para comprar ovo de coelho, não é mole. Brinque com os babilônicos! Eu acho que eles deveriam ter inventado mais. Acredito até que, se eles soubessem que essa ridicularia toda viraria realidade, teriam feito coisa muito pior. Já pensou, por essa lógica, como seria comemorado o Dia das Mães? Pense. Na lógica dos babilônicos, é claro. Pense. Como seria o Dia das Mães? Bom, aí é papo para outro dia. Por enquanto, fiquemos com essa história de ovo de coelho. É babilônico, você não acha?
Artigo de Públio José (jornalista do estado de Natal-RN)
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* Recebi esse artigo (acima) essa semana. Achei interessante. Ou melhor: achei MUITO INTERESSANTE.
Esteja assim, não minhas, essas palavras no blog pelo momento vindouro:
A PÁSCOA!
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Paz e bem
Sandra Valeriote

2 comentários:

Monique Eccard disse...

Realmente a história do "coelinha da páscoa" é tipo ...vc acreditar em "papai noel".rssss...
Mais vamos deixar essahistórica babilônica para o comentarista que a fez, pois creio que milhares de crianças, até mesmo que já fui criança um dia ;) eu cairia numa enorme depressão, tristeza..e etc...se ficasse sem meu ovinho de páscoa..todos os anos!!rss...
"Crianças......... tia Sandra...apenas divulgou esta matéria para teus papais..ficarem antenados nas notícias ok!!!!!"..não deixem de pedir os papais..para irem no Mercado todos os anos na data..da Páscoa, comprar..teu "ovo de páscoa"...
Beijos... e Saúde e Sucesso sempre!!!

Monique Eccard disse...

Quis dizer "Coelinho da Páscoa"....